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O Sopro Divino

Atualizado: 1 de jun. de 2021

Eu recentemente senti que este é um daqueles momentos ideais para compartilhar algumas palavras com meus caros companheiros de jornada, especialmente com os mais novos. Então, quando eu decidi escrever este texto, o primeiro tópico que “veio à mente”, ou ao que resta dela, foi: mudança. Sim, eu sei que a mudança não é um tema realmente novo. Pelo contrário, é bastante recorrente, principalmente em círculos espirituais modernos.

Contudo, este tem sido o tópico em voga para mim e a verdade é que ele ainda pode ser realmente desafiador para muitos de nós. Assim, eu sinto que é apropriado escrever sobre isso uma vez mais, especialmente porque agora, mais do que nunca, os ventos da mudança estão se acelerando e soprando mais forte em todas as direções.


Na verdade, poderia ser divertido abordar muitas dessas direções, mas o meu principal objetivo neste momento é escrever a respeito de algumas das direções que eu considero mais relevantes agora. As mudanças que aqueles de nós que escolheram experienciar a ascensão, mestria, realização ou o Deus Interior, nesta vida, estão passando durante este período bastante intenso e desafiador.

Então, eu gostaria de começar contando que há algum tempo eu tive um sonho onde eu vi o meu Eu-Mestre usando uma jaqueta marrom, calças jeans e sapatos pretos, e caminhando em um lugar estranho, parecido com um armazém portuário, enquanto eu o observava do exterior, como se eu fosse um telespectador, e conversava com alguém invisível sobre o que nós estávamos vendo. O ser invisível era um tanto tagarela e disse, surpreso, que o meu Eu-Mestre já estava no corpo de luz.

Pouco depois, uma rajada amarela de vento passou por uma abertura no alto da parede e, como se de propósito, atingiu o meu Eu-Mestre diretamente. No entanto, para a nossa surpresa, minha e do ser invisível tagarela, ele apenas ficou parado por alguns segundos inabalavelmente suportando aquela rajada de vento que o estava acertando violentamente e fazendo esvoaçar as suas roupas.

A intensidade do vendaval era perturbadora, mas o meu Eu-Mestre não parecia se importar e, por causa do vento, era possível ver o seu corpo brilhando com uma luz branca sob suas roupas esvoaçantes. A seguir, o sujeito invisível espontaneamente fez um comentário sobre a cena testemunhada: “O vento vai acertá-lo novamente, mas não há nada com o que se preocupar, pois ele é imortal.”


Assim, quando a rajada de vento terminou, o meu Eu-Mestre continuou a sua caminhada e, não muito tempo depois, ele sentiu que outra rajada de vento estava vindo. Sem se preocupar, ajeitou suas roupas e permaneceu firme no lugar para receber a próxima onda de energias e mudanças que estavam vindo em sua direção. Então, o sonho acabou.

Quando eu acordei, senti que este sonho foi muito significativo, pois ele ilustra alguns pontos importantes sobre a nossa jornada. O primeiro é que o nosso Eu-Mestre já existe e já está aqui, assim como nosso corpo de luz. Os nossos queridos amigos mestres (como Tobias, Adamus e Kuthumi) não estavam brincando quando disseram que, se nós fizemos a escolha, nós já ascendemos e agora estamos apenas passando pela experiência (ou mudanças) de como nós chegamos lá.


O segundo ponto que o sonho mostra é que a mudança é inevitável, mas o sofrimento não. Nós podemos escolher lidar com os ventos de energia e mudanças que sopram em nossas vidas – porque nós escolhemos isso - a partir da perspectiva do nosso Eu-Mestre, que é a consciência de que nós somos eternos e indestrutíveis, ou a partir da perspectiva da nossa velha identidade egóica, que luta para manter o status quo porque vê a si mesma como apenas um corpo humano frágil e temporário e sempre busca se construir e se perpetuar com base nos mesmos velhos padrões.

Em outras palavras, nós podemos planar nos ventos das mudanças e voluntariamente deixar ir tudo que já não nos serve mais ou podemos gritar e espernear enquanto as correntes que nos aprisionam ao nosso passado limitado são destroçadas pelo sopro divino de nossas próprias almas. Quem está lendo este texto provavelmente está cansado dos velhos jogos do ego e agora anseia por liberdade. Então este é um bom momento para permitir a liberação e integração de todas as experiências do passado e se abrir para o novo.


Embora a criação inconsciente tenha tido o seu lugar, ser livre significa ser um criador consciente. Para viver assim, antes de tudo, é imprescindível reconhecer que nós somos os criadores de cada evento e passo de nossos caminhos, inclusive e especialmente das mudanças pelas quais estamos passando agora.


Não importa o quão desastrosas ou insignificantes nossas experiências do passado possam ter sido de acordo com os julgamentos de nossas mentes, a verdade é que nós criamos cada uma delas, mesmo que de forma inconsciente, e cada uma delas contém dádivas e sabedoria para nós. Mas nós somente somos capazes de recebê-las quando nos permitimos liberar os julgamentos e integrar todas as nossas energias e aspectos relacionados àquelas experiências.

O bom de reconhecer isso é que então nos tornamos conscientes do fato de que, já que nós criamos todas as nossas experiências até agora, nós podemos descriar qualquer coisa que quisermos e criar algo totalmente diferente. Nas palavras de Adamus Saint-Germain (por Geoffrey Hoppe), “Tudo o que você criou, você pode descriar”. Além disso, conforme percebemos que nós estivemos criando cada evento e situação em nossas jornadas, se torna mais e mais fácil aceitar que nós somos Deus também e que o nosso “destino” é criar e descriar universos, ao nosso bel prazer.

Afinal de contas, já que nós conseguimos convencer outros seres, humanos ou não, a sincronizar milhares de ações e eventos para nos proporcionar a experiência de um incrível acidente de carro ou um grande drama familiar, não poderia ser ainda mais fácil encontrar alguém lá fora que queira criar experiências alegres e amorosas conosco? Eu acredito que pode ser. E mais cedo ou mais tarde nós todos vamos compreender, se já não o fizemos, que nós não precisamos de ninguém mais para criar as nossas experiências ou para nos fazer sentir satisfeitos e completos. Mas a realidade é que nós pedimos por mudanças e os ventos (divinos) estão soprando.

Qual é a dificuldade então?

Nenhuma, pelo menos a partir da perspectiva do Eu-Mestre. Dito isso, é impossível não notar que muitas vezes o Eu-Humano tem dificuldades para deixar ir o velho e permitir a mudança. Então, é fundamental perceber que, se alguma coisa está sinalizando que quer deixar nossas vidas, é porque ela já não nos serve mais. Ninguém efetivamente está tentando tirá-la de nós. Na realidade, nós somos aqueles que estão se movendo para um novo nível, diferente daquele em que ela costumava nos servir. Assim, seria ainda mais preciso dizer que nossas vidas estão tentando deixá-la e não o contrário. Não importa o que seja: um trabalho, um carro, uma pessoa ou tudo isso ao mesmo tempo.

Em verdade, nossas realidades estão mudando e muito do velho está partindo para dar espaço ao novo. Logo, a fim de ajudar o Eu-Humano nessa transição é sempre bom lembrar a máxima de Kryon (por Lee Carroll): “100% das vezes que você deixa algo ir, não 99%, mas 100% das vezes que você deixar algo ir, algo melhor vem.”


Além disso, muitas coisas e pessoas são removidas de nossas vidas para que nós possamos desfazer e integrar velhas conexões que nós temos com elas – baseadas em energias desequilibradas – e, não raramente, mais tarde elas retornam para fazer parte de nossas vidas de uma nova maneira.

Consequentemente, o importante é saber que a morte, física ou simbólica – o fim de uma fase, por exemplo –, não é nada mais do que uma transformação, e a distância é apenas uma ilusão. Então, quanto mais conscientes nós estamos, mais percebemos que o tempo e o espaço não são fatores limitantes para a consciência.


O sofrimento surge apenas quando há resistência. Ou seja, quando nós deixamos nossos egos nos convencer a nos prender a experiências do passado a fim de tentar perpetuar uma personalidade ilusória derivada da identificação com aquelas experiências e forjada a partir de um inalcançável desejo absurdo de encontrar a si mesmo no “mundo exterior”.


Dessa forma, quem tem dificuldades com tudo isso é apenas o Eu-Humano, em razão da sua perspectiva limitada da realidade. Nós, como seres com alma, já tivemos centenas ou milhares de vidas neste planeta e, em cada uma delas, nós tivemos diferentes identidades (homem/mulher, pai/mãe, filho/filha, professor/aluno, empresário/empregado, rei/rainha, escravo/escrava etc).


Então, em cada uma delas, nós tivemos diversos relacionamentos com inúmeros outros seres humanos. Mas, no final de cada uma dessas vidas, nós tivemos que deixar ir e permitir a mudança (a morte). Nós deixamos para trás as nossas identidades, as nossas posses e os nossos relacionamentos, para entrar em uma nova fase de nossas jornadas, na qual nós criamos novas identidades, posses e relacionamentos. O que é natural.


Na experiência da integração da consciência o processo é semelhante. Mas aqui nós reconhecemos que nada é realmente deixado para trás, pois integrar significa receber todas as nossas energias e aspectos (partes do eu) em casa (na luz da nossa consciência) e destilar todas as experiências que nós já tivemos em sabedoria para as nossas almas. Nós deixamos ir os apegos emocionais e dissolvemos todas as velhas conexões que nos mantiveram amarrados a uma velha perspectiva do passado para podermos nos relacionar com Tudo O Que É de uma maneira mais livre, fluida e soberana.

Sim, isso significa que durante o processo nós precisamos de muito tempo para nós mesmos e que temos que reconhecer e sentir muitas coisas que estivemos tentando evitar por um longo tempo, mas a recompensa é inestimável. Isso porque, como o nosso querido amigo Tobias (do Círculo Carmesim) uma vez disse: “O futuro é o passado curado”.


Assim, o terceiro e último ponto é que deixar ir e permitir são conceitos-chave para entrar na Mestria e também o segredo para passar pelas experiências das mudanças de uma forma mais suave (porque nós já ascendemos).


Então, para resumir, a mensagem que eu recebi do meu Eu-Mestre é que nós somos eternos, e o restante é impermanente, mas nada nunca é perdido.


Portanto, quando os ventos da mudança parecem tomar a forma de uma tempestade e varrer de nossas vidas aquilo em que o ego tinha investido tanto tempo e energia, é sempre uma boa ideia lembrar que, não 99%, mas sim 100% das vezes… Algo melhor vem! Conscientes disso, nós podemos sempre caminhar como o Mestre que nós realmente já somos, com facilidade e um sorriso no rosto, sabendo que tudo está bem em todas as nossas criações.


E assim é.

Conrado S. Justus S. Machado, Eu Sou o Que Sou, tudo o mais vai mudar mesmo.


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